Ela simplesmente sentou-se na calçada,
porque a sandália machucava o seu pé.
sua sandália fazia seu corpo pulsar,
acho que devia estar apertada, ou algo assim.
Ela encomodada pela angústia causada,
Sem muito pensar preferiu ficar descalça e tirar as sandálias,
À espera do alívio, deparou-se com uma dor agora mais intensificada
Por não saber de onde vinha tamanha dor, que tomava corpo e alma
Deitou-se à olhar o céu, o soluço seguido de lágrimas corridas pelo seu rosto,
Fez o cenário de uma noite triste sem lua, se tornar mais triste ainda.
Onde a lua não aparecia , o sol já se fazia visto em raios que aclaravam a noite-dia.
E ela continuava deitada, sentindo algo jamais sentido, uma angústia incomensurável.
Logo se fez visto em seus olhos fechados, a imagem , um semblante, um retrato vivo.
Nessa imagem reluziam cores que pareciam trazer algum tipo de sentimento associado.
Demonstrando-se por sua intensidade ou pela tonalidade, que variava em violeta, verde , azul , amarelo, e vermelho, todas as cores de uma sutileza e se embaraçavam umas as outras. Essas cores envolviam essa pessoa, que mais parecia um anjo, sem asas. Sua angústia agora transformava-se , extinguia-se, abrindo espaço para apenas um sentir, sentia uma paz, que freiava todo mal estar antes sentido, as luzes não podiam serem vistas, e sim sentidas. Como se as laterais do crânio tivessem sensores, que assimilavam a luz e a paz trazida. Voltou-se a si mesma, perguntando o que estaria a acontecer, e enquanto apenas pensava consigo mesma, sentiu uma voz falando sem palavras : " Para cada aflito existe um consolador, que vem apenas mostrar que estajamos onde estivermos, passando pelas piores provações , sentindo a dor mais insuportável, à beira das desilusões, em todas as situações temos nós o poder de transformar tudo isso, pois estamos a viver e podemos sim sentir Deus em todo o lugar , a nos ajudar, a eternamente nos amar.