Respiro a decrepitude de meu passado
em minhas neuroses diárias
e expiro no ambiente em que habito
minha presença dolente aos que me suportam
por piedade ou conveniência.
Caminho sem muita certeza da direção
movida por um instinto insano
articulo em minha mente situações
que desejaria viver plenamente
mas elas nunca saem do plano das idéias,
e me restrinjo a encarar minha triste realidade
repetindo religiosamente minha rotina cotidiana.
Morrer - até mesmo isso não posso escolher
pois a morte está presente apenas dentro de mim
e se eu tirá-la daqui, passo a não existir
e não consigo imaginar como seria viver
sem minha dor e minhas lágrimas constantes.
Sou como os passos da anciã esquecida
na luta constante contra seu próprio limite
Calada em minha loucura...