Minha alma tem frio. Busca a concha prá se agasalhar...
Não... Não quero me eximir de me conhecer. Por isso não há mais como transferir o que sou para outrem. Não tenho registros de mim. Sonegaram-me o manual do fabricante.
Não sei quem sou e nem para onde vim... Mas, tenho a responsabilidade de me conhecer. E descobrir porque me prenderam no forno dessas quatro paredes do tempo.
Ouço o grito que te fazem. É prá mim. Só erraram o endereço em alguns milênios de tempo. As perguntas surgiram antes da resposta que sou eu. E eu surgi depois das perguntas cuja resposta não sei e está em você.
Por isso você me conhece. Por isso sua alma tagarela com a minha na amplidão...
Por isso me perdi na roda da vida. Você perdeu o poder de lutar e escondeu-se na floresta de fantasmas.
Eu, arrastando minha alma, procuro a trilha entre as árvores... para à minha concha quietinha voltar...
Prosa Poética