QUÃO DURADOURA É BRANCURA DA CAL?

De nada te valerão teus títulos,
E nenhum bem material.
Teu orgulho, tua prepotência, defeitos ridículos,
Tua ganância, teu desamor, tua conduta anormal.
 
De nada te valerão tuas palavras rebuscadas,
Tua indiferença, tua alegria diante da minha tristeza,
Tua exuberância enaltecida por hienas disfarçadas,
Tua decantada opulência diante da minha pobreza.
 
Nada disso tem importância real,
Serão como injurias lançada, magoa!
Quão duradoura é a brancura da cal?
Dura menos do que da ingratidão, a mágoa!
 
As riquezas são tuas, não são minhas!
Dos teus defeitos não posso falar, porque tenho eu os meus.
Feliz de quem dorme tranqüilo e ainda sonha,
Não te apoquentes, porque não ambiciono nada que é teu.
 
Contentar-se com o que tem, é regra de vida.
Aceitar os outros do jeito que são, é filosofia.
Ao agressor, compreende-se e não se revida,
É um vencedor àquele que na graça de Deus confia.
 
Longe estou de ser um justo, de ser por Ele abençoado!
São tantas as minhas impurezas, e incertezas são presentes,
Só não me falta esperança de um dia ser perdoado.
Aceito resignado meu castigo, pois dos meus erros sou consciente.
 
Da vida o que vier, eu tranqüilo aceito.
O que a vida me pedir, da mesma forma eu dou.
Enquanto o coração ainda bater em meu peito,
Vou lutar para aprender, que na vida eu sou o que sou!