EMBALA

 

É tão tarde , e a manhã parece que demora.
É , quase , hora de acordar, lavar o rosto e partir...
Se decides ir, e não vais,
Pode ser que , olhando para trás,
Tu percebas que a miragem
vai se diluindo aos poucos...

São olhos mouros.
Fitando esfinges de areia.
São olhos, poucos,
a enxergarem o calor que te faz viva.

Então descansa.
Torna a dormir.
Vira para o lado.
Abraça o ar , e tenta sentir a presença...
Da manhã que chegou sem fazer barulho,
Do rubor que te faz inconfessável,
Abre a janela, e vê...
Que o Sol está lá,
Apesar das nuvens que o escondem.
Afinal...
As nuvens esconderam-no,
tanto o quanto esconderam-no as tuas cortinas de seda.
Ceda. À você.
E descanse.