Quantas vezes tu sonhaste comigo
Num clima que achavas impossivel!
E com pudores, no silêncio incrivel,
Este segrêdo guardaste contigo;
Quantas vezes também, num sonho amigo,
Eu te possuo de forma visivel!
E ao despertar a sensação, terrivel,
De frustração é meu pior castigo!
O realismo da cena foi tanto
Que pelas dobras do lençol, num canto,
As marcas falam do estranho prazer...
Do gozo efêmero, da atroz brincadeira,
De ser teu dono pela noite inteira
Para perder-te no alvorecer...