A CHUVA QUE CAI... (Soneto)



A CHUVA QUE CAI!
(Soneto)
 
A chuva cai e eu observo, da janela
A intensidade em que os pingos vão caindo
Batem no solo e a secura vai sumindo
Com receio dos pingos d’água, se acautela!
 
Meus sentimentos que transbordam como aquela
Chuva que cai, posto que o amor é findo.
Desnuda em mim o que restou destas seqüelas
Que a paixão houve por bem ter advindo!
 
A chuva se parece com minh’alma nua
Que em gotas se reconhece e acentua,
As cicatrizes que outrora haja sentido.
 
Entre sobejos de paixão ela flutua
Pelos pedaços que recolhe hoje na rua
Nas páginas de um passado entorpecido!
 
(Milla Pereira)