Li em um famoso periódico
que está na última moda,
nos colégios afamados,
a ininterrupta virtual vigília.
O que antes era da família
e, porque incomoda,
transferiu-se a pedagogos preparados;
agora, está a cargo do olho robótico.
Este aparato tecnológico
que, embevece a toda sociedade
sob o subterfúgio da segurança,
evidencia o preceito beócio
de transferência da responsabilidade
ao logradouro em que a moral não a alcança.
Corroborada pelo comodismo latente
que sucumbe o discernimento
da coletividade dita civilizada;
a pretexto de tranqüilidade permanente,
a tecnologia espia até o parco pensamento
de uma juventude, em cerco, alienada.
Isto tudo reflete a orfandade
em que se encontra a humanidade
não obstante, vencedora de tantos obstáculos.
Os pais inabilitados para a convivência,
os mestres incontestes às diferenças;
enquanto isto, a nação pasma, alheia ao diálogo.