Ai da noite que se esvai
com as estrelas, o céu é o mar,
para em seguida fazer-se dia
logo cedo ao sol raiar.
Se entre os mistérios
que a vida tua faz,
Eu pudesse ser algo, então
Diria-me, ama-me com o corpo
e com a alma se for capaz.
Mais tarde um dia
com a solidão
eu choraria por tuas lembranças
nas quais rias,
e eu criança
sorria junto! Ah! que ilusão.
Aquele pôr do sol
que ia triste com o mar,
me deixava à espera da noite
do silêncio a te guarda.
Fez-se calmo o mar bravo
em tarde hora, tardia hora,
Eu cá, só, na areia fria,
Virte embora, indo embora.
Jamais tornei a ter-te
aos teus quente olhos frios,
que se fecham diante aos meus
que me dizem que estou sozinho.
Como esperei, ansiei por ti
mesmo quando não dizia
Esperei tão só, noite e dia..
LEONEL CHARLES