O peso dos versos

 

No tempo em que a moda é a malhação,
Só malho os músculos da minha mente.
De longe contemplo a agitação
E escrevendo me sinto uma pessoa diferente.

Será que sou um jovem defeituoso?
Onde meus pais erraram na minha educação?
Em tempo de azaração sou fantasioso,
Prendo-me em sonhos e viajo na ilusão.

Enquanto levantam inúmeras barras de ferro,
Nem um quarto de força uso nesta caneta.
Coveiro diz: — Músculo eu enterro! —
Mas a poesia fica perambulando o planeta.

Meu punho se põe a acompanhar os aparelhos,
E só a minha mente carrega consigo a calma.
— Malhar é ter saúde! — Meus ouvidos atentos.
Meu sábio coração: — Escrever faz bem pra alma!