Ditos e ditados.

Não dou saudação com chapéu alheio.
Escrevo por prazer não por remuneração.
Como pelas beiradas até chegar ao meio,
Não vivo a minha vida na contramão.
 
Não dou voltas para falar uma verdade
Não confundo alhos com bugalhos,
Sou severo com a minha hombridade,
Das arvores só aparo os seus galhos.
 
Não dou piscada para o olho do machado,
Nem dou rasteira em cobra peçonhenta.
Meu dialogo é franco e desembaraçado,
Brigar com palavras ninguém me aguenta.
 
Não acendo vela para defunto ruim,
Nem dou murros em ponta de faca.
Arrogância não tem serventia pra mim,
O boi no açougue também vira vaca.
 
Do couro se tira a tala e a correia,
A mentira tem perna muito curta.
Não dou palpite na vida alheia,
As minhas convicções ninguém furta.
 
Dou cartas, mas não roubo no baralho,
Sei que a violência nunca leva a nada,
Dou fé ao sustento tirado do trabalho.
Mas, pro vigarista não nego um porrada.