vaga

Estou aqui
Desde sexta-feira
Esperando teu sinal de vida
Eu e esta caneta
Passivos da tua monossílaba
Palavra
São poucas as que me ocorrem
Sem teu auxílio
Parede, teto, vão, televisão,
Cortina, som, escuridão
Não é suficiente

Não ouço teus alaridos
Antes tão frequentes
E tão presentes

Já são quatro ou cinco horas da manhã
Não me atrevo a dormir
Vou ficar mais oito ou nove dias
Até você descer aqui
E enquanto não vens
Vou riscando setas longas
No papel