MINHA MUSA.

Todo poeta tem uma musa!
Não há cópia, sem ter o original,
Se não tenho culpas, de que me acusas?
Eleger-te minha musa, não é fazer-te mal!
 
Sei que estais distante de mim,
Na tua maneira de ver, estou no fim do mundo.
Consideras-te um raro bibelô de marfim,
Quanto a mim, um cão sarnento e vagabundo.
 
Faz-me comparar-te, ao belo Pavão!
Ave de linda plumagem e beleza imperfeita,
Que é feia, muito feia, nos pés que pisão o chão
E tu por tua maneira de ser, és dele a imagem perfeita.
 
Admiração independe de tratado ou condição
E eu te admiro embora, tu não me vejas.
Não te amo, e nem por ti tenho paixão
Portanto, não sou mais um, que aos teus pés rasteja
 
Vejo em ti uma bela mulher para ser inspiração,
Teu corpo escultural te faz desejada.
Dizer de ti seria letra de uma doce canção,
Na voz de um trovador em noite enluarada.