Agora nestes versos
Pro ceis eu quero contá
A minha vida simpre
Mas sem se preocupá
Moro naquela paioça
Lá no meio da roça
Onde canta o sabiá.
Moro com a minha cabocla
A muié da minha vida
Ela fica alegrinha
Quando chamo de querida
Dou um beijinho nela
Vórto e óio na janela
E sáio pra minha lida.
A enxada e a foice
Meus instrumento de trabáio
Todos os dias cedinho
De casa eu sáio
Só vórto no fim do dia
Cantando de alegria
E cortando por atáio.
Chego e pego na viola
Dedico a moda pra ela
A minha grande paixão
Sou feliz demais
Pois tenho quem me faiz
Companhia na solidão.
Uma casa de cabolclo
Quem quisé vê, passa lá
Não faça pôco
Vá lá em casa passeá
Lá tem um cafezinho
Acompanhado de um bolinho
Pode até esperá o jantá.
(Christiano Nunes)