Sinto o ar sumido a minha volta
Como se me sufocasse pela sua ausência
As pessoas vagam na minha frente
Assim como suas conversas e sua essência
O meu corpo quase não esta presente
Com feições e gestos que refletem um descaso displicente
A minha mente divaga e sonha com um regressar
O meu coração se desespera com a certeza do ficar
Nada é interessante, nada é atraente
E o pouco caso se acentua
Uma revolta ocupa meus espaços
Feito justiça que não se abotoa
De espaços vazios vou vivendo
Diluindo-me entre os afazeres diários
Com as dificuldades vou aprendendo
Que terei dias solitários
As ruas, o caos transitório e a distancia imposta...
Dia pós dia, vou maldizendo
Com a consciência culpada
Logo em seguida vou me arrependendo
Ao cair da noite tudo piora
Não tenho seus braços a me enlaçar
E os antigos sonhos de outrora
É o alimento pra essa revolta amenizar.
Eu não ouço vozes eu só ouço ecos
O sorriso estampado das pessoas me assusta
Não posso retribuir o que eu não tenho nos lábios
E estar longe daí muito me custa.