Pouco se me dou
Se quando me leem
Querem reconhecer o amor...
E nisto buscam um refúgio,
um abrigo
Acham-no até,
onde
supostamente, não digo!
Quando assim o fazem
Insistem em não me verem...
Ou, talvez, me enxerguem
Infinitamente melhor
Do que jamais farei!
De qualquer modo
É como se eu não tivesse existido!
Sentimento é algo tão impreciso...
Espero que meus escritos
Sejam mais do que isso!
Mais
que o descrever de um beijo,
que o narrar de um sorriso,
o detalhar de uma cama suada
mesmo sendo na madrugada
do paraíso...
Para os outros,
o que considero “menos”
vira “mais”...
ainda assim,
acho que retrata um eu "pleno"
Porém melhor
ser essa constante
contradição
Do que
todo convicção...
Convenhamos:
Se nem sei direito o que digo!
Saberei eu quando falo de amor?
Amor fala por si próprio
No próprio momento
Da ingestão do ópio...
Gê Muniz