Fita, o brilho das águas que caem com preguiça
Comendo o rochedo ao tempo que o alisa
Tapete de limbo p’ra gente que pisa
Paisagem de fada, que enche a vista
Perfeito retrato da cria do Artista
Molhe, a planta do pé nesta água que acolhe
Sentindo um borbulho gelado que bole
Faz tremer teu corpo qual gaita de fole
Criando um tufão pelo ar que te engole
E abre um regaço que te deixa mole
Ouça, o som da cascata que quebra igual louça
Vibrando as cordas desta lira louca
No eterno murmúrio de uma rima solta
Provoca gemidos na boca da moça
Que entoa um grito que a deixa rouca
Belo é ver, sentir e ouvir
Viver é só “ser”
(Gê Muniz)