Mas o mundo continua sempre o mesmo....

Estou cansada de amores descartáveis,

De noites vagando à procura de um rosto, do seu rosto.

As pessoas  que dizem que me entende

Nunca quiseram saber,

O porquê de o meu sofrer.

Da busca pelo vazio,  do infinito...

Minhas noites parecem fim de festa

Onde olho para o lado e nada vejo

A não ser corpos dos quais nunca vi...

Olhando para meu rosto no banheiro,

Vejo um semblante como de um demônio

Que me diz coisas sem nexos...

Olho as marcas no meu corpo

Mas não vejos as visíveis, vejo apenas o meu  coração  à sangrar.

 Mas essa  dor é menor do que parece

Quando estou neste fim de festa eu ME  esqueço...

Esqueço dos sonhos que se configuram tristes e inertes

Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.

Ninguém entende, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente

Nada existe pra mim, não tente

Você não sabe e não entende...

Às vezes sinto a estranha essência do que é a  morte

Mas esse vazio eu  conhece muito bem, a cada busca

A cada noite escura com meus demônios

A me enlouquecer por um rosto

Apenas um rosto

A falta de esperança e o tormento

De saber que nada irá acontecer.

E  à noite  me puxa para uma conversa

E me diz que a alegria neste meu mundo

Já não tem mais endereço.

Um mundo onde a verdade é o avesso

Onde a busca pelo que não se pode ter

Tornou-se  uma maldição

Eu sou um pássaro

Trancam-me na gaiola

E esperam que eu cante como antes

Eu sou um pássaro

Trancam-me na gaiola

Mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito

E achar o teu rosto, apenas o teu rosto.

Glub Glub Glub....