Eu te segrego meu segredo.
Que te invadirá lento, permissivo,
e dolente, pois, de tão incutido,
formará poças fundas em mim.
No interior dele há sentimentos,
impressões e "achismos,"
com lacunas, que quero ocupar.
Eu o desloco da minha estática,
minha via láctea de planetas idéias.
Uma noite escura descortinada
no céu da minha boca calada,
com seus anéis de astros oriundos,
perguntas e pedidos mantidos
intactos no vasto breu profundo.
Ilumina esse meu universo de dúvidas,
este que com ternura vou te imprensar,
quando esse meu olhar te buscar
com recato e algum medo.
Mergulhe fundo nele, sem ciúme,
e verás que eu te segrego sim,
o meu segredo em frações de lume.