Eu vejo meus sonhos voando
Partindo para o horizonte
Um a um desaparecendo
E há pouco estavam aqui
Todos em pé... Em frente a mim...
Alguns desabaram...
Mantendo-se no chão
Feito anjos com asas quebradas
Outros voaram para longe...
Pousando em rumos extremamente distintos
E agora eu vejo
Que não há mais o que esperar
Talvez não haja razões para isso
Porque não sei se eles voltarão
Porque não sei se eles ainda sabem voar
Para voltarem... um a um aqui...
Para eu ter, novamente, mil coisas
Para poder acreditar, para esperar...
Porque deixamos o tempo correr,
Sabendo que ele é tão escasso,
Sabendo que ele é tão precioso?
Porque lutamos para viver,
Se muitas vezes a vida já se foi de fato?
Vivemos de forma tão seca, fria
Tantas vezes falamos de amor
E quase nunca o praticamos
Me vejo mergulhando fundo
Dentro deste oceano de dúvidas
E volto para terra firme
Para ver se me entendo um pouco mais
Somente um pouco mais...
Se recuperei ao menos um
Dos mil sonhos de asas quebradas...
Sinto o peso de saber
Que o tempo escorreu, passou
Impiedoso, quase um inimigo íntimo...
Conhecedor de todas as minhas fraquezas...
Talvez me baste esperar...
Talvez eles já estejam voltando...
Me procurando no mundo...
Trazendo a realização...
Intactos novamente...
Wal Cardoso