Sou mineiro de Salinas,
e de mente, alma, ossada e coração;
no alinhavo de minha sina,
tenho a linda Curitiba, por opção.
E se não fosse a indagação
que faço do mundo, constantemente,
talvez tal Fernando Pessoa, então,
eu seria um ser, na plenitude, contente.
Embora me atordoem de insônia,
a humanidade e suas incógnitas,
ainda assim, tenho-me como admirador
da vida e de seu intervalo: a morte lógica;
e dos novelos sem fio: as crônicas
que homens e mulheres engendram no amor.
Ainda não descobri com clareza
por que escrevo poesias:
se é para suplantar do mundo as tristezas,
se é para libertar de mim as alegrias;
ou será labor interminável
no afã de entender tantas incongruências
que há neste universo indecifrável?
não seria meio inócuo de sanar minhas carências?