Sal

A noite cobre a janela do quarto em sua escuridão solitária

Enquanto faz-se perdida em seus devaneios doloridos

O sal molhado repousa cúmplice em seus lábios trêmulos

e seu gosto se mistura ao cheiro adocicado da dama-da-noite

que insiste e resiste em crescer sob a janela

Dama essa que nasceu sem ser plantada

tão icógnita quanto ela

soma-se em seu aroma ao manto suave e frio da noite invernal...

Ambos preocupados com a lágrima suave que agora seca em seus lábios adormecidos.