24h ilusórias

Persistência das horas,

Os segundos descarrilados

Frenéticos com direção.

Ufano presságio

De memórias ao léu

As batidas revelam:

O relógio é cruel,

É cruel, é cruel ...

 

Cheque o horário e apressa-te!

O tempo escorre no estirão.

Ufano pedágio

Das horas, teu quartel.

As batidas revelam, meu caro, que

O relógio é cruel,

É cruel, é cruel...

 

No relógio

Vibra o ponteiro.

São vinte e quatro horas

No teu relógio ilusório.

Cronológicos somos.

Embora, imersos no atraso.

No tic tac infinito,

Da civilização

Ainda incivilizada.

 

Horas persistentes,

Ufano inventário,

De mistérios sob o céu.

As batidas revelam, minha cara, que

O relógio é cruel, é cruel,

É cruel, é cruel, é cruel ...