Noites

 

 

Noites. Minhas noites doura a dor,

Melodia que  à alma entoa solenemente,

Murmura a negra solidão,

quero gritar a emoção

tenho como voz a triste canção.

Dentro de mim prisioneira

O dia é o teatro,

meu astro, o  sol

tristemente ilumina a lua,

a noite que exala saudade

sorrir e chorar o meu lamento

embalo a lembrança  da mocidade

A música cala voz minha

Quero dormir e sonhar,

Eu gaivota no ar,

Busco abraços na mortalha

Trilha incerta da muralha.

Cruenta negra noite

Quero à fonte voltar

E esquecer o meu tormento

que encarcera minha alma.

No caminho do poente

vou à fonte beber a saudade.

Desperto, é a carruagem da aurora

Um trem a minha espera

Lábios sorridentes, é dia.

Desfez-se  a triste noltagia.