Eu to te fazendo
A partir dos meus rabiscos no papel.
Imaginando-te vindo correndo
E me beijando.
Tem aquelas janelas
Onde ninguém nunca entrou.
Será que as vacas não estão mais lá?
É sabedoria, menino! Não pense!
Mas meus pés! O que faço?
Corte-os! Deus quis!
Eu to criando meus próprios muros
E deixando os caminhos serem apenas caminhos.
Você passa por lá? Você passa?
Eu deveria ter escrito numa placa
Que eu era apenas um humano que também ama.
Alguém leria?
Não pode, menino! É sabedoria!
Mas meus pés! O que faço?
Acho melhor escondê-los!
Aqui nesta ponte que criei
- essa de vermelho e azul -
Eu poderia sambar e tirar minha roupa!
Ficar nu! Que nem Deus me fez!
Andaria sobre a grama verdinha, verdinha...
E pedira a Oxalá que me desse paz no coração.
Não pode, menino! É sabedoria!
Mas meus pés! O que faço?
Você não pode ter estes pés.