Na evolução da escravidão
Nada evoluiu
Pouco mudou
No lugar do tronco, o morro
Ao invés do chicote, a gravata
Como pode-se ver
Não se evoluiu nada
Senzala ou favela, o negro tá lá
Dentro dela
A marmita fria na lata
É mais deprimente que a invenção da feijoada
Quem me dera um dia
Tudo mudar
Colocar o zumbi no meu colo
A ninar
O operário no shopping
A gastar, a comprar, a gastar
Mas o operário há muito não sabe o que é um salário
O zumbi nunca ficou tanto tempo sem dormir
Se isso for evoluir
Por favor, me deixe parar por aqui.