Como esporte, a poesia surgida na sorte
Num dia, naquela hora da inspiração
Vai-se aprimorando, e acaba como a morte
Do atleta, do poeta, da obra e da ação.
Mais espontânea, mais real, feita na hora
Sem efeitos ou qualidade, a cara do Agora
Imprescindível em sua expressividade
Falta-lhe o capricho, mas não a espontaneidade.
E se percorre até a última palavra
Não se encaixa certo na hora certa
Elas vêm, elas vão, são escravas
De seus textos, de seus poetas...
Fecha-se um baú, guardada e vedada
Palavra por palavra, agora suas asas
Estão presas pelo silêncio, abafadas
Pela mente emudecida, pela mente calada.
Descanse em paz, o autor te mata agora
Descansa agora, enquanto o Sol na aurora
Descansa. O poema está acabando
E junto ao Sol da aurora, eu disse a palavra do Agora
Disse à todos que o poema está apenas terminando.