Se torço e retorço um poema tão honesto
Palavras quentes e frias, eis um manifesto...
Se é pelo ócio, se é meu caráter, se é...
Tenho uma palavra a dizer, mas não sei qual é!
E ao grito da multidão junto ao hino da vitória,
Impactos me causam e chacoalham minha memória
Numa loucura frenética, minha mente locutora
Narra o episódio do nascimento de minha'obra
E com a esquerda mão realizei minha manobra
Escrevi... Devotos meus à coordenação motora!
E se eu visse, quem já me vê
E me veria, como eu já o vesse
Teria eu, mais algum argumento desses?
Por que inspirar, porque e pra quê ler?
Uma história tão profunda, é supérflua...
Pois a comunicação fica muito mais clara
Já passaram-se os dias de névoa
Mas hoje, parece-me um dia que não passara.
E todo dia na rotina, novamente se repete...
E mesmo assim, o acaso ainda se intromete
Provando à existência a sua própria rebeldia
Tal minha inspiração feita ao acaso. Eis que dela fiz poesia.
Veja só, meu coração até sente dó
Em minha despensa, um vazio para auto-confiança
Mal estou conseguindo afinar minha voz em dó
Ainda tremo, desquilibrado, aqui nesta balança.
É de tentar explicar aquilo que é inexplicável
Meu refúgio nas amizades, até deu-me sustento
E, talvez, por isso teimo e ainda tento
Quebrar paradigmas e realizar o irrealizável.
Mas, chega... Basta desse "eu" tão cansado
Quero sentir-me muito mais ao meu lado
Dar-me forças para um novo pós-dia...
Versos meus anseiam por estrofes de alegria.