Ainda que a primavera acabe...
Ainda que o outono não dê frutos...
Não importa se a neve fria veio...
E nem se o calor foi tão cruel...
Não me importarei com galhos secos...
Nem mesmo pelas pedras atiradas...
Não chorarei por folhas que caíram,
Nem mesmo pelas lascas arrancadas...
Sentirei-me feliz e satisfeito
Somente se restar-me uma certeza
De quando olhar os montes, que eu contemple
O Eterno Criador da natureza,
Que a cada manhã dá-me refrigério
E o orvalho sobre mim é derramado
Só pra que toda dor se desvaneça
E todo o meu sofrer seja curado.
As mágoas de outrora já se foram
Feridas, dores... nem existem mais
E o meu passado triste e desolado
Ficou pra trás e jamais voltará
Pois tenho em mim um Redentor que vive
E tenho sua palavra, nunca vã
Quando diz que o choro dura uma noite
E que a alegria vem pela manhã!
Por isso digo que eu não me importo
Se a vida traz-me assombro e desamor,
Porque depois de tudo o que suporto,
Descansarei nos braços do Senhor.