Pedintes.

 
 
 
 
 
Sublinhados pela fome
Sem ter não consome
Como reles pedintes
Nas portas a bater,
Sem porque merecer
Ficam tristes de ouvintes
E choram o padecer
Dos cruéis requintes
 
Emprego e salário
Filhos no berçário
É raro acontecer
De tudo são carentes,
A mercê dos onipotentes
Sofrem triste calvário
A pouco por fazer
Sem teto e sem lazer.
 
Nada no horizonte
Vendo minguar a fonte
Batem tristes em retirada.
Tentando sobreviver,
Cidade vem conhecer
Em baixo da ponte
Vê sua única morada
Num patético anoitecer.