A noite era de oiro
a lua estrelava prata
nos becos da aldeia
e vielas perdidas
Os cidadãos meio afoitos
perdiam-se na tasca
em plena jogatina
no desengano de um jogo
Como perdidos no tempo
sentiam o tragar dos dados
na incerteza desesperada
coberta de cânticos celestiais
As crianças baloiçavam-se
num adormecimento
ingénuo eterno
em voos mágicos para o futuro
São as fragrâncias do ser
delapidado pelo amor
dos namorados enternecidos
como amantes ao luar.