(Rodrigues Bomfim)
Somente quando tenho minha face refletida no espelho,
É como se visse um alienado estranho...
Então mais um passo e constato que não sei quem realmente eu sou
Algo dentro de mim se revolta e sinto fluir gota a gota
Meus desenganos, vaidade, egoísmo, insegurança e feiúra...
Antes disso me sobram muitos secretos desejos irrealizados
Entranhados na minha imatura alma incorrigível,
Mas isso faz parte de toda inclinação humana
E se me aproximo cautelosamente minha cara vincada de rugas
Na fria chapa de vidro e se ainda olho bem profundamente
Dentro dos meus próprios olhos de peixe morto
Verei imagens passar como numa tela de tevê...
Passar todas minhas sordidezes cometidas
Ao longo da minha sedentária vida pobre irregular
Mas isso faz parte de toda inclinação humana
Contudo o que aparentemente me deixa satisfeito
É que ainda há tempo pra mudar meu estilo de vida
E depois que, hoje aprendi num reflexo só...
Que todas as coisas do mundo de fora...
Efêmeras... Reflete-se em espelhos.
Mas isso faz parte de toda inclinação humana