Errando também se aprende

Despojei-me do amor-próprio, do recato...
Submeti-me! Perdi a compostura!O aparato!
Deixei de olhar para o céu!Que desacato!
De ver estrelas nas alturas...Por desagravo!
Baixei a cabeça, busquei-as no chão...
Só ilusão!Escuridão! Solidão!
Fantasmas...Vítimas da retaliação...
Tornei-me sombra, sombria, alienação...
Ofereci as duas faces...
Pra que esbofeteassem
Ouvi bramidos de compaixão,
Devastação!Humilhação! Indignação!
Comi o pão que o diabo amassou...
Não adiantou!...Nada calou...Findou!
Tentei me reerguer!...Me refazer!
Olhar-me de frente...Novamente!
Encarar-me no mais profundo eu...
Ainda havia resquícios, nesgas...
A serem costuradas, cerzidas, remendadas...
Quem sabe surgiria um novo ser?
Um novo horizonte a resplandecer?
Início de uma nova vida tão sonhada...
Erros apontam caminhos do saber.


Carmen Lúcia