Lembro-me aquela noite de cinema,
O qual nem interessava o tema,
A tua mão agarrou a minha,
Um tremendo silêncio se mantinha.
Disparou o meu coração,
Que ficou sem razão,
Mas nem palavra saía da boca,
O coração batia como um louco.
Silêncio, Silêncio, tremendo,
Que me deixou sem jeito, com medo,
Tanto tempo passou, não esqueço,
Fico sem saber porque ficou em segredo.
Um momento, guardado no tempo,
Só nossas mãos se tocaram,
Das nossas bocas nenhumas palavras soaram,
Porque ficou aquele imenso silêncio, calado.
O filme todo de mãos dadas,
A tua mão quente forte na minha agarrava,
Eu sem saber como agir, como falar,
Bincas-te com o meu anel como querendo tirar.
O filme acabou, queria ter dito tanta coisa,
Queria ter tocado, sentido a tua boca,
Deixas-te-me assim meio louca,
Silêncio que doeu porquê, porque se foi.
Depois do filme, conversamos, sorrimos,
Como dois simples e eternos amigos,
Como se a tua mão nunca tivesse tocado a minha,
Como se nunca tivesse existido aquele carinho.
Silêncio que estremeceu todo o meu corpo,
Que mantem aprisionado um carinho louco,
Falas como se nada tivesse acontecido,
E esta vontade que tenho de estar contigo.
Porque desvio o olhar, porque te deixo ir embora,
Porque escuto o teu falar de homem apaixonado,
Não por mim, pois este meu amor é só meu nesta hora,
Nada de recentimentos, pois caminho em silêncio a teu lado.
Queria dizer-te tudo o que existe aqui dentro por ti,
Mas a vida faz-te caminhar para longe de mim,
Talvez seja assim que tenha de ser,
Se fossemos além de amigos que poderia acontecer.
Talvez esta magia, este sentimento guardado,
Não fosse algo tão sentido, tão imensamente desejado,
Escuto a tua voz, o meu sentido corre tão veloz,
Deixa-me querer tocar-te a brincar, deixa-me a sorrir e apaixonar.
Sei que é algo momentaneo e que tu não és meu,
Nem eu queria que fosses, pois ninguém é de ninguém,
Mesmo quando se quer, se deseja e ama alguém,
É certo que habitas no meu coração, num lugar só teu.