O desafeto causa o dissabor
E com a dor o amor enfraquece
Sentimento sensível, inato,
Ferido, ressentido, adoece,
Impossível não sentir esta dor,
Do desprezo da incompreensão.
Ao saber que não é recíproco o amor,
Vem o desespero e a desilusão!
Com certeza o ser magoado,
Que de lado ficou a esperar,
Sangra no peito o punhal lá fincado,
Que um dia tu soubestes cravar!
E agora por mais que procures,
Com palavras bonitas apaziguar,
Não há ninguém que o faça viver,
Não há nada que o faça sarar.
Sentimento ferido caído,
De desprezo e sem afeição,
O que dissestes na tua partida,
O que fizestes deste teu coração?
Nada sentes, nada te abala!
És dura como a pedra diamante!
Muito embora não queira responder,
Ainda mais agora que jaz tão distante!
Se um dia quiseres voltar,
Não terás aquele amor “in natura”.
O que fizestes na tua partida,
Fostes ingrata, desleal, insegura.
Golpeado este coração ferido,
Sente a falta da tua presença.
Apesar de tanto te querer,
Não terás mais a sua clemência.
Por caminhos errantes andastes,
Fostes atrás de amores infames.
Se hoje voltares atrás,
Ouvirás também os seus reclames.
Por te amar e querer o impossível,
Foi horrível o que aconteceu!
Coração enganado, iludido,
Com a dor certamente aprendeu!
Salvador, 03 de Julho de 2004;
Às 06:59 horas
Felício Pantoja Campos da Silva Junior
(Licinho)