Saudades dois

Viver amotinado pela saudade...
Parece-me um tempo sem fim...
Dias vazios, que perecem...
Como a rosa que murcha e cai...
São como ventos frios de inverno,
Que penetra na alma e não sai.
 
Dar posse à saudade, um martírio...
Como o sol que não nasce...
Enfeitiça as paisagens sombrias...
Sob o céu escuro e solitário...
Numa estrada sem consciência...
Como uma tristeza que nunca acabace.
 
Uma saudade sempre termina...
Deixando o coração sem sabor,
Uma vida descolorida, sem calor,
Tanto seja como for, hó! saudade,
Que começa de verdade
Quando se perde um grande amor.