Presa e prezados
Apresento-me
Cruel e insaciável
Manifestação de mim
Apresento-me à força
Que corre em tuas veias
A que pulsa vermelha
Berrando por seguir
A besta fera está seca
Seca estou de vida
Vazio a me dilacerar entranhas
A me perfurar a mente
A besta fera que seca
Seca a alma minha
Pela vistosa alma tua
E retiro pelo sofrimento
O leite da vida bruta
Besta fera que segue
A derrubar impérios
Impérios particulares
Corpo e família meus
Teus, seus e nossos
Besta fera tão semelhante
Familiar a tua face
À tantas e tantas faces humanas
A tantas e tantas . . .
Besta fera que não sacia
Anseia e flagela em agonia
Por leite bruto da vida pura
Que derramo das faces tuas
Sou reconhecído pela tua dor
Sou envaidecido pela minha
E deixo-vos a pedir trocados
Para saciar minha fúria
Ignoro tua súplica, tão minha
Para seguir em “paz” na vida