Da janela eu vejo o mundo
Desde os altos prédios
Até o mar mais profundo.
Mas um mundo de sacrilégios.
Fecho a janela todos dias
Dias de loucura, insanidade
De pessoas frias e vazias
Sem amor, sem piedade.
Fecho a janela à comtaminação
Vestes brancas não existem mais
Fecho a janela como meu último ais
Fujo da triste deterioração.
Mas não fecho a janela por medo
Nem mesmo sinto algum desprezo
Mas a fecho por total ignomínia
De um mundo de razão mínima.
Sinto vergonha até de mim
Pois também convivo sem compaixão
Com pessoas que sofrem o fim
E nem mesmo lhes estendo a mão.
Facho a janela para não chorar
O choro de almas perdidas
Lágrimas de pessoas caídas
E das que insistem em apenas matar.
Estamos repletos de hipocrisia
Somos compositores na oligarquia
Déspotas, criadores do mal
Compondo nosso própio funeral.