Eu vi o tempo se esvair na tentativa de preencher
Em mim o gosto pelo incrível e o impossível...
Eu vi os minutos inspirarem em forma de horas,
E eu buscando um dia, meio há semanas infindas,
Que se regozijavam em tornarem-se meses inóspitos,
Na certeza de terem como fim anos inacabáveis...
E eu sofrendo dos maiores dos males,
O mal que a saudade impõe, nas magoas que antepõe
A certeza de não mais te ver.
O tempo é como tropel de mil garanhões ...
Atropela sem cuidado, sem vergonha,
Deixando um aroma de perigo a quem fica,
Para o desleixo de quem vai, pensando que esperar
É a solução da vitória que o tempo impõe, no ontem, no hoje ou no AMANHÃ...
Isso é apenas um devaneio chamado “ encalço da ilusão”.
MARILDA AMARAL