Saudades no cais deixei
ficando assim aliviado,
esqueci quem tanto amei jamais serei atraiçoado.
O mar, esse sei que é traiçoeiro,
mas a ele estou habituado,
o tenho por amigo e companheiro,
sei que dele sou sempre amado.
Suas águas vou percorrendo,
as marés as vou contando,
e aos poucos envelhecendo
mas dele sempre gostando.
Neste mar imenso e salgado
suas águas vou sulcando,
tendo o leme bem calibrado
minhas mágoas vou soltando.
Tenho o mar e o céu por companhia,
à noite as estrelas vou comtemplando,
e o sol que raia de dia,
esses me vão acompanhando
Vivo um pouco na solidão
não tendo com quem falar,
fortalece meu coração,
Tenho Deus para me ajudar.
O rumo nunca perdi,
com o norte sempre atinei,
foi nele que sempre vivi
e nele sempre estarei.
É sempre bom conselheiro,
para quem com ele souber falar,
ele é bom é fiel companheiro
que sempre nos sabe amar.
Meu rumo está destinado,
ao longe, o cais já avisto,
a ele ficarei amarrado
nesta viagem tudo está já está previsto.
O mar, este, agora de berço me serve,
depois será minha sepultura,
minhas cinzas ele conserve
quando chegar à altura.
Depois, para sempre nele repousarei,
findarão as minhas mágoas,
e eternamente navegarei
em suas serenas águas.
Outros máres outros oceanos,
irei então encontrar,
findam assim os desenganos
a quem na vida tanto soube amar.