Uma pessoa perguntou-me certo dia,
Ao notar os meus olhos rasos d’água,
Por que faltava em mim uma alegria,
Que me era peculiar, e não a mágoa!
- Se eu sou motivo para tua lágrima,
Continuou essa pessoa a me indagar,
Diga-me que usarei a força máxima
E mudarei só para não te ver chorar!
Eu, atento, a tais palavras respondi:
- Liga não, se assim me vês, porque
Os meus olhos com brilho de colibri,
São, apenas, exultação em perceber
Que irradias de deleite, eu nunca vi,
E se eu choro, esse pranto é prazer!
Autor: José Rosendo