Degradação

 
Atormentou-me por um fim tão doloroso
Da aura que reveste o infinito,
Sem a graça de um céu, antes tão formoso...
Confortei-me mesmo diante do seu grito.
 
Da luz turva, através de uma espessa neblina...
Rugem os trovões, debaixo das nuvens soltas,
Rasgando o silencio do céu, os raios que o ilumina,
A noite parda chora e canta sem revoltas.
 
A água flui e vai indo embora
Correndo pelas artérias da terra,
Como veias que serpenteiam a serra.
 
Vai escorrendo mansa e caudalosa
Banhando com amor, o corpo nu,
Da natureza degradada.