Quantas meia-noites de insônias e fantasmas!
As sombras que me assustam não são as piores,
Mas as que convidam a duelos de horrores
Nas madrugadas tortas de silêncio e calma...
São discussões infindas entre perdedores
Que habitam todos uma só pequena alma;
Que se iludem, tolos, co'a verdade que plasmam:
São oleiros de barro, auto-deformadores...
São meus interiores que roubam-me o sono
Com disputas gritantes que perdem sentido
No silêncio da imensidão da indiferença...
E, monarca deposto, sem cetro, sem trono,
Eu ordeno que parem! Mas não sou ouvido:
De tão acordado, nem noto-me a presença...