Soneto do Reencontro

Sem ao menos esperar eu te vejo
Na esquina, bem à minha frente
Como a sorte tirada no realejo
E então um convite inocente.

Do vazio veio um beijo
Teu corpo junto ao meu, de repente
Impossível ignorar o desejo
E a chama acendeu novamente.

Tal qual em tempos distantes
Mãos e bocas ferinas
Dos sempre insaciáveis amantes.

Apenas deixe acontecer
Esta nossa livre forma de amar
Sem cobrar, sem um ao outro pertencer.