CHUVA DE GRANIZO
Infinitas pedras que caem do céu,
São pedaços gelados do meu coração,
E as nuvens de onde vêm, como negro véu,
Fazem com que me desespere na solidão.
Ao tocar o solo se partem em pedaços menores,
E logo se derretem, mas deixam marcas,
Machucam, quebram coisas, se tornam piores,
Vêm com mais violência essas pedras opacas.
Não têm definição de cor, brancas ou transparentes,
São a tradução da dor, lancinante e incoerente,
São a exclusão do amor, sufocante e deprimente,
Geladas como a angústia de não ter seu carinho,
São a certeza da penúria de estar sozinho,
As pedras que caem do céu, em meu descaminho.