O desconhecido

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Desconheço-me, mas, mesmo assim, suporto-me!
Em relação ao outro, porém, tenho um medo enorme.
Medo da decepção... Medo de me revelar a um vil.
Medo de um não... De estar entregue a um covil.

Não conheço e me desconheço, mas não abro portas.
O mundo se fecha e, de repente, vejo-me de costas.
Erro? Precaução? Pura frescura? Opine ou condene.
Apenas faço triagens – se interessa a você, que pene!

Revelar-me sem charme, dar-me a você sem suor...
Isso desvaloriza a busca e serei apenas mais uma:
uma conquista, uma cama e uma dama esquecida.

Como sou tola! Se houver briga acirrada ou investida;
derramamento de raros verbetes e lágrimas de darem dó,
não há diferença: você é mais um carnívoro, assuma!

Nijair Araújo Pinto

Juazeiro do Norte-CE, 15 de fevereiro de 2007.
13h16min
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