Quem disse que as rosas não falam,
Se ao vê-las me passam a linguagem da alma?
Cantam a vida, a alegria, a dor...
Falam dos sonhos, embalam o amor...
Soluçam baixinho gotículas de orvalho
E se curvam tristonhas, debruçam em seus galhos,
Se espinhos ferem a suavidade
Com que elas enfeitam a realidade...
Conversam com os amantes
Mostram-lhes cores vibrantes
Vermelhas, púrpuras, apaixonantes,
De aromas marcantes, insinuantes.
Parece que encurtam caminhos
Dos que vagueiam, os peregrinos,
Ladeando com muito carinho
As rotas por onde transpassam sozinhos.
Sorriem ao nascer do dia,
Dançam, acenam e dizem:-Bom dia!
Depois de exalarem perfumes
Na calada da noite se silenciam.
Falantes, transmitem mensagens,
De amor, amizade, multicoloridas...
E aos noivos trazem felicidade,
O buquê é o sonho que se tornou verdade.
Da morte não querem falar
Mas sensibilizadas tentam amenizar
A dor tão sofrida, afagam feridas,
E descoradas parecem chorar.