Escrevo, escrevo porque minha vida está sem cor, vazia, em sua contínua rotina.
Escrevo, pois meus pensamentos nebulosos fazem-me sofrer.
Escrevo, pois não tenho voz suficiente para gritar ao mundo o que agora sinto. Nem poderia fazê-lo, uma vez que a mim mesma falta entender ao certo o que se passa nos labirintos de minha mente.
Escrevo, já que na insônia não encontro opção mais acolhedora.
Escrevo, mesmo que sejam linhas idiotas e que talvez eu mesma ria do que acabo de escrever.
Escrevo, pois assim exteriorizo secretamente meu desabafo, como se as palavras fossem minhas lágrimas, e que cada frase fosse um pranto.
Escrevo palavras tristes, monótonas, pois assim elas descrevem como me sinto. Melancólica, absorta em pensamentos depressivos.
Meu coração sente e revela sua angústia. Bate apertado, devagar, como se houvesse sido ferido por um punhal.
Escrevo, escrevo pois nada me resta senão escrevr, o papel se torna meu conselheiro. Me escuta com atenção e não me abandona...
Escrevo, porque assim me liberto momentaneamente da dor. Porque com as palavras eu posso voar longe, sem precisar de asas... Posso chorar sem molhar meu travesseiro e talvez assim dormir em paz...
Escrevo, pois essa simples ação me oxigena a criatividade, me permite respirar tranqüilidade...
Escrevo porque escrevo, nada mais...