Pensei no amor pleno chegando cansado ao outro lado, para repousar na eternidade do paraíso.
Desejei intimamente vê-lo talvez queimando no inferno.
Ansiava pelo renascimento desse amor, no corpo de um outro amor qualquer.
Eu brindei a sua partida com duas garrafas de vinho e uma noite de farra vazia. Celebrei chorando com tristeza o seu fim. Morreu jovem.
Vi com os meus próprios olhos da alma.
Vi com a minha glândula pineal. Conformei por me livrar da prisão,
embora aprisionada em culpas.
Seguia devastada pelo amor que findou.
Eu que vi esse amor nascer.
Eu que vi esse amor morrer.
Observei ele desnutrido definhando aos poucos e subtamente.
Eu que estava ainda em luto, meus senhores, e rezando por sua boa passagem.
Jamais poderia prever a sua volta.
Certa de sua morte, não imaginei que ele, o amor, somente encontrava-se em estado de catalepsia.
Em estado letárgico ainda tinha pulso,
Com a respiração quase falha, possivelmente poderia respirar por aparelhos.
E usar recursos medicinais avançados ou medicina alternativa.
Caso contrário os cuidados médicos paliativos, para garantir uma sobrevida com alguma dignidade.
Um milagre poderia acontecer trazendo cor novamente ao rosto do amor. Após muito cuidado ele poderia reviver e quem sabe até mesmo, remoçar.