Fala-se da caipora
Também "vovó das matas"
No Nordeste do Brasil
Sempre ela existiu.
Ela assovia à noite
Está nas matas a vagar
É lá sua morada
E exige ser respeitada.
Chama-se também "Comadre das matas"
A uns ajuda a outros maltrata
Torna-se até amiga
Quando se acha assistida.
Ela gosta de beber e fumar
Quem vai às matas deve se lembrar
Principalmente quem vai caçar
Deve bebida e fumo para ela levar.
Ao presentear a caipora
Animal irá encontrar
Se nada a ela doar, pode até apanhar
E a caça ela esconderá.
Se nada a ela levar, pode até se irar
O caçador e cachorros apanharão
Será surra terrível
Que vem do invisível.
Antonio Cícero da Silva (Águia)
Do livro: Nós Somos Poesia, CBJE,2005,RJ.